Luís Amaro nasceu no dia 5 de maio de 1923. Foi poeta, ensaísta, secretário, diretor-adjunto e consultor editorial da revista Colóquio/Letras durante mais de duas décadas. Morreu com 95 anos, na manhã do passado dia 24 de agosto.
Guilherme d’Oliveira Martins escreveu no website www.gulbenkian.pt: “A Fundação Calouste Gulbenkian exprime uma especial homenagem à Memória de Luís Amaro, uma das almas da revista Colóquio/Letras. Foi Secretário da Redação de 1971 a 1986 e Diretor Adjunto de 1986 a 1989. Foi ainda consultor editorial até 1996. Poeta, cultor de amizades literárias, dirigiu a revista Árvore — Folhas de Poesia ao lado de António Luís Moita, António Ramos Rosa, José Terra e Raúl de Carvalho. O seu trabalho na Colóquio/Letras foi notável, a convite de Hernâni Cidade e Jacinto do Prado Coelho, a ele se devendo o alto padrão editorial da revista, tanto no domínio tipográfico quanto bibliográfico. A Luís Amaro se devem edições de cartas de Afonso Lopes Vieira, Ribeiro Couto, José Régio, Manuel Mendes, David Mourão-Ferreira, e, em colaboração, da correspondência de M. Teixeira-Gomes e Mário Beirão. Apresentou inéditos de José Régio e Mário de Sá-Carneiro, além de textos sobre António Botto e Mário Beirão. Estudou o movimento presencista e foi amigo de Sebastião da Gama, David Mourão-Ferreira, Vergílio Ferreira, João Gaspar Simões e Agostinho da Silva, tendo tido ação relevante na Portugália Editora. A cultura portuguesa perde uma referência — de cuja discrição e bom gosto a Fundação Calouste Gulbenkian muito se orgulha”.
O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, lamentou a sua morte, sublinhando o poeta “depurado, intimista e discreto” que se revelou “uma memória imprescindível das letras portuguesas, atento e escrupuloso, afável e justo”.
E são de Vasco Rosa estas palavras: “Quem o observe à distância e atente nos seus modos educados, na gentileza polida e na máxima discrição, não pode adivinhar quanto a literatura portuguesa deve a este homem raro”.
Evoco aqui a Memória de Luís Amaro, que tanto me ajudou no estudo da vida e da obra de Guilherme de Faria, com importantes apontamentos e referência bibliográficas, e que contribuiu para o espólio do poeta. Foi Luís Amaro que, um dia, me escreveu: “Raramente um Poeta foi alvo de tamanha dedicação amorável! Mas sinto que Guilherme de Faria merece bem tamanha devoção”.
José Rui Teixeira | 2018